uma lição que permanece no tempo
Oii amiga, deixa eu te perguntar uma coisa, você vota? Eu acredito que sim. Mas sabia que a realidade da maioria das mulheres brasileiras antes de 1932 não era essa? Pois é, em um passado que nem é tão distante, o direito de escolher os governantes que iriam representar os cidadãos brasileiros era apenas dado aos homens!
Eii, Quer entender mais sobre como as mulheres conseguiram conquistar esse direito? E também o que ele representa para você hoje, detalhe, mesmo que você não goste, ou até seja neutra na política? Então vem comigo nessa viagem de volta ao passado, para entender essa grande conquista.
No século XIX surgiu o chamado “movimento das sufragistas”. E entre vários objetivos o principal era: pressionar os governantes da época para que eles liberassem a participação das mulheres na política, esse movimento surgiu lá na Inglaterra, mas logo se espalhou por vários países, incluindo o Brasil. Das muitas mulheres que fizeram parte desse movimento, vou te contar um pouco da contribuição de uma chamada Leolinda de Figueiredo Daltro, uma baiana arretada que foi a primeira mulher a fundar um partido de mulheres no Brasil. Ela também foi a organizadora de uma marcha com mais de 100 mulheres, com o objetivo de pressionar o sufrágio feminino no Brasil.
Mas mesmo com esse tanto de mulheres incríveis tentando conquistar seus direitos, ainda tinha algo além dos homens, que naquela época estava impedindo isso: a constituição brasileira. Sabe aquela constituição de 1824, a primeira do Brasil? Acredita que nela as mulheres eram consideradas cidadãs passivas? Pois é, elas poderiam receber heranças, por exemplo, mas votar não.
E sobre essa época ainda, um detalhe muito interessante é que lá em 1881 uma lei foi criada, e ela dizia que todo brasileiro que tivesse um título científico, poderia votar. Com isso, uma dentista chamada Isabel de Souza Matos, foi em busca do seu direito que até aquele momento estava dentro da lei. Ela até chegou a fazer seu título de eleitora, mas o que você acha amiga, ela conseguiu votar no dia? Infelizmente não! Ela foi impedida pelo presidente da mesa eleitoral.
Mas depois de um tempo o Brasil deixou de ser monarquia, e veio a ser república. E você pode estar pensando agora: as coisas melhoraram então? Não, não melhoraram. Mas entre tantas injustiças nas constituições, existia um detalhe muito interessante. As mulheres não poderiam votar, certo? Mas não existia nada na lei dizendo que elas não poderiam se candidatar. E foi assim que em 1929 foi eleita no Brasil a primeira prefeita, lá no Rio Grande do Norte, o nome dela era Alzira Soriano Teixeira.
E depois de muita luta, muitas marchas e também muitas outras constituições, o decreto de que finalmente mulheres poderiam sim ter seu direito de voto saiu dia 24 de fevereiro de 1932 no governo provisório de Vargas. Percebeu que interessante? A história vai muito além de apenas “o direito do voto feminino chegou no Brasil em 1932, fim da história”. Mulheres tiveram que realmente batalhar para conseguir esse direito, essa história tem luta, injustiça e uma grande conquista que é nossa até hoje.
E para você amiga que não se interessa muito por política ou até é neutra nesses assuntos, a lição que essas mulheres deixaram é sim também muito importante para você hoje. Quando a gente conhece a história por trás do voto feminino no Brasil, a frase: “juntas somos mais fortes” nunca fez tanto sentido, não é? A mudança ocorreu não por causa de uma mulher que decidiu ter os mesmos direitos de cidadã que um homem tinha, mas sim por milhares, que uniram forças por séculos para que houvesse uma mudança.
Então mesmo que você não esteja em uma luta política, somente pelo fato de sermos mulheres, temos que vencer lutas diárias, lutas que somente outra mulher poderia entender e por consequência ajudar. Por isso antes de você criticar outra mulher, desmotivar, ou qualquer outra coisa relacionada, se lembre que não foi por esse caminho que nossas amigas mulheres lá no passado conseguiram conquistar seu lugar no mundo. E com certeza não é por esse caminho que nós vamos conseguir.
E aí amiga, conhecia essa história? Se não conhecia, gostou de conhecer? Aprendeu alguma coisa legal com o exemplo dessas mulheres e quer compartilhar? Então deixa aqui nos comentários, queremos saber.